São muitos os símbolos da Páscoa. Como se sabe, trata-se da data mais importante do calendário da Igreja Católica e de outras ramificações do cristianismo.
Além disso, há a Páscoa judaica, também uma importantíssima celebração do povo judeu, que ocorre em data muito próxima à da celebração cristã. Para mais detalhes, veja o artigo sobre o significado da Páscoa.
Aqui, falaremos mais especificamente dos significados dos símbolos da Páscoa. Veremos que tais símbolos reúnem tradições que dizem respeito a:
- Celebração da libertação dos hebreus diante da escravidão a que foram submetidos no Egito;
- Celebração da ressurreição de Cristo, que se sacrificou para salvar a humanidade;
- Celebração do início da primavera entre os povos antigos da Europa.
Os símbolos da Páscoa
São muitos os símbolos da páscoa, principalmente para o Cristianismo. E muitos deles possuem seus significados bastante específicos e bem peculiares. Veja abaixo todos eles:
Ramos de palmeira
No calendário cristão, a chegada de Jesus a Jerusalém ocorre no Domingo de Ramos. Para recebê-lo, seus seguidores cobriram o chão com folhas de palmeira.
Com o decorrer do tempo, as igrejas passaram a ser decoradas com as folhas de palmeira. Elas se tornaram um símbolo de boas vindas para receber Jesus Cristo.
O cordeiro da Páscoa
O cordeiro é um dos mais tradicionais símbolos da Páscoa, pois vem da tradição judaica.
De acordo com o Antigo Testamento, para celebrar a aliança entre Deus e o povo judeu, sacrificava-se um cordeiro.
Entre cristãos, Jesus Cristo representa o cordeiro de Deus, que se sacrificou para salvar o mundo.
O círio pascal
Trata-se de uma vela grande, que traz a inscrição das letras gregas alfa e ômega, simbolizando o início e o fim. É utilizada para as celebrações da Semana Santa.
No Sábado de Aleluia, são colocados cinco pontos na superfície da vela, simbolizando as chagas de Cristo na cruz.
A vela é então acesa, representando a ressurreição de Cristo.
O peixe
Para os cristãos, o peixe simboliza a vida. Há uma conhecida passagem em que Jesus Cristo promove a multiplicação dos peixes, para alimentar a aqueles que têm fome.
A presença do peixe como símbolo também estaria ligada ao fato de que entre os discípulos de Cristo, havia pescadores.
O símbolo é representado a partir dos traços de um peixe, com a inscrição IXTUS no alfabeto grego.
IXTUZ em grego significa peixe, mas trata-se de uma sigla para “Iesus Xristos Theos Hulos. Sopter”, cujo significado é “Jesus Cristo, Filho de Deus, o Salvador”.
Na Sexta-feira Santa, há a tradição de se comer peixe, lembrando o jejum de carne que era observado durante a Quaresma.
Nos dias atuais, o jejum de carne é recomendado aos fieis na Quarta-feira de Cinzas, nas sextas-feiras ao longo da Quaresma e na Sexta-feira Santa.
Os ovos de Páscoa
Na Antiguidade, alguns povos da região do Mediterrâneo celebravam a chegada da primavera presenteando as pessoas com ovos cozidos e pintados. Eles simbolizavam a fertilidade e a vida.
Os cristãos adaptaram esse hábito, passando a pintar os ovos com imagens de Jesus e de Maria e adotando-os como símbolo do nascimento do Messias.
A propósito, a Páscoa e a primavera do Hemisfério Norte ocorrem praticamente na mesma época.
Essa tradição veio atravessando gerações e chegou aos dias de hoje, mas agora com ovos feitos de chocolate.
O coelho da Páscoa
Com o final do inverno europeu e a chegada da primavera, os coelhos estavam entre os primeiros a abandonar seus abrigos e retomar o convívio com o ambiente.
Além disso, os coelhos também eram conhecidos pelas suas ninhadas numerosas, sendo assim tomados como símbolos de vida e de fertilidade.
No Brasil, a incorporação do coelho como símbolo pascal é creditada a alemães, que o tinham como símbolo de uma celebração pagã pela chegada da primavera.
Posteriormente, assim como ocorreu com os ovos, os coelhos também ganharam a sua versão como doces de chocolate e estão presentes nos domingos de Páscoa.
Pão e vinho
O pão e o vinho são específicos da tradição cristã. Representam o corpo e o sangue de Cristo e seu significado está ligado à vida eterna e à ressurreição.
A referência a esse significado está expressa na Última Ceia, ocorrida na Quinta-feira Santa, véspera da crucificação de Jesus Cristo.
Com efeito, durante a Última Ceia, Cristo partilha o pão e o vinho com seus doze apóstolos.
Os sinos
Na manhã do Domingo de Páscoa, as igrejas fazem soar os sinos, anunciando o fim da Quaresma, a ressurreição de Cristo e o triunfo da vida sobre a morte.
A colomba pascal
A colomba pascal é originária da Itália. Trata-se de um pão doce com frutas cristalizadas, em forma de pomba, que para os cristãos simboliza a Paz e também a chegada do Espírito Santo.
Uma lenda conta que um rei estava prestes a atacar um vilarejo no norte da Itália. Um confeiteiro local então lhe ofereceu o pão doce. Satisfeito, o rei teria desistido da invasão. Daí viria o seu caráter de símbolo da paz.
A cruz
A partir da crucificação de Jesus Cristo e de sua ressurreição, a cruz tornou-se, para os cristãos, um símbolo da vitória de Cristo sobre a morte.
Assim, a cruz tornou-se tão cheia de significados que, mais que um dos símbolos da Páscoa, ela se tornou o símbolo do próprio cristianismo.
A refeição da Páscoa judaica
Entre os judeus, celebra-se na Páscoa a libertação de seu povo diante da escravidão no Egito.
Dessa forma, a refeição da Páscoa (chamada de sederer) é formada por alimentos com significados muito especiais. Por exemplo:
- O charoset é uma pasta feita nozes e frutos. Representa a argamassa com a qual os judeus realizavam seu árduo trabalho como escravos na construção de palácios no Egito.
- A costela de cordeiro vem dos cordeiros sacrificados em agradecimento a Deus.
- As ervas amargas simbolizam o sofrimento vivido pelo povo durante o período da escravidão.
- A água salgada, utilizada para mergulhar as ervas, simboliza as lágrimas dos judeus.
- O ovo cozido simboliza o novo ciclo de vida que se inicia a partir da libertação.
- O matzá, que é um pão não levedado, simboliza a fuga às pressas do Egito, a ponto de não terem esperado o preparo completo do pão.
- A salsa é uma representação da condição de inferioridade vivida pelo povo judeu.
Conclusão
De fato, com tantos símbolos e significados, a Páscoa é uma das celebrações mais importantes do mundo, sobretudo do mundo ocidental, de influência acentuadamente judaico-cristã.
Mas os símbolos da Páscoa vão além, estando presentes, muitas vezes, entre culturas que não são nem judaicas, nem cristãs em sua origem.